O texto de Moacyr Scliar é muito bom, mas saber empregar a crase
não é um drama tão grande. A crase é para todos. É preciso,
porém, entender o que é a crase, e por que ela existe.
A
palavra crase provém do grego (krasis) e significa “mistura”. Na
Língua Portuguesa, crase nada mais é do que a fusão de duas vogais
idênticas.
Então,
a
preposição "a"
seguida do artigo "a", resultará no "a" com
crase.
A crase é representada pelo acento grave: à.
A crase é representada pelo acento grave: à.
Portanto:
Por
ser formada pelo artigo "a", a crase só aparecerá antes
de palavras femininas.
Há
um macete que é muito útil na hora de tirar a dúvida se a crase ocorre
ou não: trocar a palavra feminina por uma equivalente masculina. Se
o “a” tiver que ser substituído por “ao”, então aquele “a”
será craseado, pois a + o = ao, logo... isso mesmo.
Vou à padaria -> Vou ao mercado.
Atenção!
Nunca
haverá crase:
- antes de palavras masculinas
- antes de verbos
- entre palavras repetidas (cara a cara)
- antes de artigos indefinidos (uma, alguma)
- antes de palavras no plural se o "a" estiver no singular (eu disse a elas)
- antes de numeral cardinal, exceto se indicarem hora
- antes de pronomes de tratamento, com exceção de senhora, senhorita e dona.
Crase sempre:
- Antes de locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas (às vezes, à toa, à esquerda, à noite)
- antes de numeral cardinal indicando hora (à 01 h 30 min, às 15 horas).
Pode ser que sim, pode ser que não:
Antes de nomes de cidades, lugares, países, etc. Aquele truque velho e infalível:
“Se vou A e volto DA, crase há. Se vou A e volto DE, crase pra quê?”
“Se vou A e volto DA, crase há. Se vou A e volto DE, crase pra quê?”
Não
tem
como errar. Se volto da Bahia, vou à Bahia, se volto de Manaus, vou
a Manaus. Maaaas (não adianta, sempre tem como errar), quando o nome
de um lugar estiver especificado, ou adjetivado, ocorrerá crase. Por
exemplo:
Vou
à linda Paris. | Vou à Cruz Alta de Érico Veríssimo.
Crase
diante dos pronomes
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo
Haverá
crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a
preposição "a".
Por
exemplo:
O
termo regente do exemplo acima é o verbo “referir”, que é
transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige
preposição, portanto, ocorre a crase.
O
esquema é o mesmo: a + aquele = àquele.
Já
na frase “Aluguei aquela casa”, não existe preposição, pois
“alugar” é verbo transitivo direto (aluga-se algo, e não a
algo). Então... não.
E
mais:
Diante
da palavra "moda", com o sentido de "à moda de". Nesse caso pode ocorrer crase diante de palavra masculina, mas lembre-se de que a expressão "à moda de" está subentendida no contexto da frase.
O
garoto fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à Luís XV.
Estava com vontade de comer churrasco à gaúcha.E ainda há casos em que o uso da crase é facultativo:
Antes
de Pronomes Possessivos Femininos, o uso
da crase dependerá da preferência de quem escreve: “referiu-se a
minha viagem”
ou “referiu-se à
minha viagem”.
Note que tanto podemos dizer “referiu-se a
meu itinerário” quanto “ao
meu itinerário”.
Vale observar: é preferível optar pelo uso da crase diante dos possessivos,
principalmente depois de verbos, para se evitar casos de ambiguidade.
Vamos ver se você aprendeu mesmo